quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

BARÃO VERMELHO

RICHTHOFEN, O BARÃO VERMELHO

 

 Morto em combate em 1918, aos 26 anos, no ano final da Primeira Guerra Mundial, o Barão Manfred von Richthofen, apelidado de o Barão Vermelho, foi o mais famoso de uma dinastia de pilotos guerreiros alemães e o mais célebre da aviação de todos os tempos. Apesar de ter abatido uma quantidade impressionante de aviadores inimigos, franceses, ingleses e canadenses, foi profundamente admirado e respeitado por seus adversários. Tanto assim que, quando encontraram seu corpo jogado nas proximidades do seu avião destruído, caído no campo onde estavam tropas australianas, deram-lhe exéquias de herói. Apesar de saberem ter sido ele um inimigo tenaz, sepultaram-no com todas as honras de guerra que um valente merece.

 

 

A MORTE ATRÁS DE UM “CAMELO”

 

 "Se eu sair vivo desta guerra é porque eu tive mais sorte do que cérebro"

- Manfred von Richthofen –

 

Richthofen, o Barão Vermelho, morreu devido a ter infringido o seu próprio código de combate que dizia ser muito perigoso perseguir um avião inimigo quando ele se refugiava no seu próprio território. No dia 21 de abril de 1918, momento em que a guerra já se revelara impossível de ser vencida pela Alemanha Imperial, ele, sem apoio de um segundo piloto que lhe desse cobertura, decidiu perseguir um “ Camelo”, isto é, um avião da marca Sopwith Camel, que retirou-se para os lados das linhas australianas no vale do Somme, na Cordilheira Morlancourt, perto de Corbie. Local onde ele se viu sobre duplo fogo, do ar e da terra, caindo em seguida.

 Até hoje há controvérsia sobre quem de fato o abateu, podendo ter sido o seu fim determinado tanto por disparo de uma metralhada de um sargento, disferido do chão, como por uma rajada do capitão Brown, um piloto canadense. O seu corpo foi devidamente autopsiado no hangar do 3º esquadrão aéreo australiano, situado em Poulainville, onde, além de uma fratura no maxilar, constatou-se que uma bala fatal penetrara-lhe no lado direito do peito, na altura da nona costela. Com o desaparecimento dele, o seu jovem sobrinho Wolfram von Richthofen, companheiro e integrante do celebre esquadrão de caças alemão Jagdstaffel , ou Jasta 11, uma das mais temidas da aviação germânica, tentou inutilmente encontrá-lo. Somente dois meses mais tarde souberam do destino do herói, inteirando-se das cerimônias honrosas com que os seus inimigos o sepultaram.

 

 

DO CAVALO AO ALBATROZ

 

 

Descendente de uma família da nobreza prussiana - dos famosos junkers da Prússia Oriental -, o Barão Manfred von Richthofen, nascido no Schweidnitz, em Breslau, em 1892, serviu como cadete no 1º Regimento dos Ulanos. Tratava-se de uma tropa de escol da elite guerreira alemã que prestava seus serviços à monarquia Guilhermina. Ao eclodir a Primeira Guerra Mundial, em agosto de 1914, ele foi enviado com o seu esquadrão de cavalaria para o fronte russo, mas, em pouco tempo, após ter sido transferido para o fronte ocidental, verificou que, dado o avanço espantoso das armas modernas, para um verdadeiro cavalheiro só sobrara um lugar para lutar a boa luta: os céus. Seguindo-o, o seu irmão mais novo Lothar Freiherr von Richthofen, o acompanhou na aventura. 

As primeiras esquadrilhas da Fliegertruppe, a força aérea alemã, organizadas naqueles começos da Grande Guerra, tiveram muitos dos seus quadros preenchidos por pilotos oriundos da nobreza. Assim deu-se não só na Alemanha e na Áustria, como na Grã-Bretanha, Itália e França. Aos jovens aristocratas belicosos, metidos a super-homens nietzscheanos, repugnava terem que combater nas trincheiras embarradas, repletas de ratos e piolhos, ao lado do soldado comum. Pior ainda, era estarem destinados a morrerem como anônimos em meio aquela massa de cadáveres de gente desconhecida que cada batalha produzia, ou que o tifo dizimava. 

Portanto, trataram de conquistar um espaço no qual feitos espetaculares fossem bem visíveis e que a morte deles, quando ocorresse, fosse avistada pela plebe das trincheiras, como acontecia entre os guerreiros feudais que caíam à vista de todos. Em maio-junho de 1915, Manfred von Richthofen tratou então de aprender a voar, trocando definitivamente o cavalo por um avião: o Albatroz D. II, um biplano da Fokker.

 

 

RICHTHOFEN: O CAÇADOR CAVALHEIRO

 

 

O gosto pelas caçadas, costume comum entre os aristocratas, o ajudou deveras. Manfred sempre a praticara na propriedade da família, adquirindo então a técnica e o sangue frio suficiente para abater os inimigos nos enfrentamentos aéreos. Em geral, os pilotos, de ambos os lados da guerra, não apreciavam as tarefas rotineiras que o exército lhes determinava: reconhecimento aéreo e bombardeio das linhas inimigas. Acreditam que estavam vocacionados à proezas mais grandiosas, heróicas e sensacionais, como os duelos travados nos ares contra os aeroplanos adversários. Essas sim eram as façanhas que os atraíam.

Aquelas correrias e manobras nas alturas pareciam-lhes a revivência das grande justas medievais nas quais um cavaleiro, galopando na liça a toda velocidade, tentava derrubar da cela o antagonista num só golpe certeiro de lança, espada ou martelo, dado de frente. Para os generais, entrementes, aqueles desafios de zangões eram um desperdício. Os aviões, insistiam eles, eram muito mais producentes despejando bombas sobre as linhas inimigas, destruindo-lhes os paióis, incendiando-lhes os quartéis e desbaratando-lhes as concentrações de tropas, do que ficarem zanzando no ar entretidos em metralhas sem fim.

 

 

NASCE O BARÃO VERMELHO

 

 De certo modo, Richthofen foi, senão o fundador, o mais famoso entusiastas da aviação de caça nascente. Ele, imediatamente, percebeu os efeitos publicitários e psicológicos dos embates aéreos. A imprensa da época adorou narrar os desafios espetaculares dos pilotos de caça, situação onde indivíduos, sozinhos ou voando em pequenos grupos, procurando valentões para as refregas , expunham a sua coragem aos olhos de todos. Bem melhor do que os jornais dedicarem-se ao registro burocrático da movimentação das tropas ou a descrição de batalhas que demoravam meses, como as do Somme, de Verdum ou de Yprés, sem terem nenhum resultado imediato ou conclusivo a celebrar, como ocorria com os grandes enfrentamentos terrestres da Primeira Guerra Mundial. 

Para dar um clima ainda mais sensacional as pelejas, Richthofen pintou seu avião de vermelho, a cor do seu regimento dos Ulanos. Era um Albatroz que fazia 103 km. p/hora, graças a um motor de 110 cavalos, facilmente visível nos dias claros, chamativo com o qual ele espantava ou atraia a atenção dos inimigos. Estes não demoraram em apelidá-lo de The Red Baron, “o Barão Vermelho”, enquanto na Alemanha chamaram-no de der rote Kampfflieger, o piloto vermelho. 

Não tardou para que Richthofen se revelasse um caçador terrível (no ano de 1916 abateu 15 inimigos; em 1917, saltou para 46 e, no primeiro trimestre de 1918, derrubou mais 17, perfazendo quase 80 aviões destruídos), tendo os seus feitos ganho as páginas dos principais noticiosos daquela época. Posição em que foi seguido pelo seu irmão Lothar, que, mesmo ferido três vezes com gravidade, mostrou-se um implacável piloto de caça, atingindo 40 vitórias até 1918

 

  

O CÓDIGO DA CAVALARIA

 

 

Adorado pelo povo alemão, que acolheu-o como se ele fosse um herói mitológico, um Siegfried dotado de asas, ele , por vezes, via-se obrigado a deixar o fronte para ir participar de homenagens na retaguarda, inclusive sendo recebido pelo Kaiser Guilherme II, que pendurou no peito dele todos os tipos de condecorações e medalhas que o IIº Reich possuía, como a “Pour le Mérite”. A fama e a popularidade dele espalhou-se inclusive entre os inimigos, fazendo com que em pouco tempo eles também produzissem e promovessem os seus ases, como o piloto inglês “Mick” Mannock (que abateu 61 alemães) e o francês René Paul Fonk (que vitimou 75 deles). 

O notável é que Richthofen, obediente aos códigos da cavalaria, procurou preservar o tempo todo - em meio a barbárie crescente dos combates em terra - , o céu como uma espécie de liça especial. O azul dos amplos espaços era um lugar que ele pretendia manter afastado das impurezas da guerra de trincheiras, no qual as regras cavalheirescas ainda deviam ser seguidas à risca. Ele não admitia, por exemplo, depois do inimigo ter sido atingido, persegui-lo até matá-lo. Despojando-o do avião em chamas, neutralizado o inimigo, jamais atirava no piloto que saltasse de pára-quedas ou que, depois em terra, estivesse tentado escapar-lhe. Não foi, pois, sem razão que ele mantinha o posto de Rittmeister, isto é, capitão de cavalaria, visto que no imaginário dele a velha arena medieval ainda não sucumbira ao amoralismo e à total ausência à princípios éticos da moderna guerra total.

 

 

RICHTHOFEN: O HERDEIRO

 

 

Quem seguiu-lhe as pistas de herói e combatente extraordinário foi seu sobrinho, o já citado Barão Wolfram von Richthofen. Jovem piloto do Jagdgeschwader I, a esquadrilha de caça, que perdeu seus três tios na guerra (Manfred, Lothar , e um outro , do ramo materno, um Von Schickfuss und Neudorf) e que conseguiu sobreviver. Tornou-se, na época da República de Weimar (1918-1933), um piloto de acrobacias , entrando mais tarde para a Luftwaffe. Wolfram, chamado de Blauer Max, fez uma carreira espetacular como comandante na Guerra Civil Espanhola, ganhando o apelido de “O Condor”, por liderar como coronel os esquadrões aéreos alemães que lutaram nos céus de Madri, entre 1936-39, ao lado do general Franco. Ocasião em que , na franca opinião dele, virtude da família, “lutamos do lado dos maus”.

No comando do Fligerkorps VIII, Wolfram, alcançando o posto de general, fez as campanhas da Polônia , da França e da Grã-Bretanha, sendo depois, em 1941, transferido para o fronte soviético, participando da dura luta no Don e no baixo Volga, em Stalingrado. Transferido para o fronte italiano em 1943, foi capturado pelos americanos no fim da guerra, falecendo em 1945 devido a um sério derrame cerebral. Com o desaparecimento dele foi-se o último integrante daquela autêntica dinastia de pilotos de guerra da Alemanha do século 20.






sábado, 23 de agosto de 2008

REQUIÉM


Depois de algum tempo afastado estou retomando os trabalho por aqui. Dessa vez compartilho como vocês algumas informações sobre uma Missa Requiém e sobre a composição de MOZART.



Termo
Missa especialmente composta para um funeral. Na música, contém passagens bíblicas e orações para a entrada dos mortos no céu. O termo (réquiem) tem sido ocasionalmente associado a outras composições musicais em honra aos mortos. Os Réquiems mais famosos foram compostos por Mozart, Brahms, Berlioz e Verdi.


Origem
O termo foi retirado da expressão requiem aeternam dona eis, que significa 'dai-lhes o repouso eterno'.


Letra de Música
Abaixo, segue-e a letra da música de Mozart e sua respectiva tradução ao Português:

REQUIEM

I. Introitus

Requiem aeternam dona eis, Domine, Repouso eterno dá-lhes, Senhor

Et lux perpetua luceat eis. E luz perpétua os ilumine

Te decet hymnus, Deus, in Sion, Tu és digno de hinos, ó Deus, em Sião

et tibi reddetur votum in Jerusalem: E a ti rendemos homenagens em Jerusalém:

Exaudi orationem meam, Ouve a minha oração,

ad te omnis caro veniet. Diante de Ti toda carne comparecerá

Requiem aeternam dona eis, Domine, Repouso eterno dá-lhes, Senhor

Et lux perpetua luceat eis. E luz perpétua os ilumine


II. Kyrie

Kyrie eleison. Senhor, tem piedade

Christe eleison. Cristo, tem piedade

Kyrie eleison. Senhor, tem piedade


III. Sequentia

1 - Dies irae

Dies irae, dies illa Dia de ira, aquele dia

Solvet saeclum in favilla No qual o mundo se tornará em cinzas

Teste David cum Sibylla Assim testificam Davi e Sibila

Quantus tremor est futurus, Quanto temor haverá então,

Quando judex est venturus, Quando o Juiz vier

Cuncta stricte discussurus. Para julgar com rigor todas as coisas.


2 - Tuba mirum

Tuba mirum spargens sonum A trombeta poderosa espalha seu som

Per sepulcra regionum, Pela região dos sepulcros,

Coget omnes ante thronum. Para juntar a todos diante do trono.




Mors stupebit et natura A morte se espantará, como a natureza

Cum resurget creatura, Com as criaturas que ressurgem,

Judicanti responsura. Para responderem ao juízo.




Liber scriptus proferetur, Um livro será trazido,

In quo totum continetur, No qual tudo está contido,

Unde mundus judicetur. Pelo qual o mundo será julgado.




Judex ergo cum sedebit, Logo que o juiz se assente,

Quidquid latet apparebit: Tudo o que está oculto, aparecerá:

Nil inultum remanebit. Nada ficará impune.




Quid sum miser tunc dicturus? O que eu, miserável, poderei dizer?

Quem patronum rogaturus, A que patrono recorrerei,

Cum vix justus sit seccurus? Quando apenas o justo estará seguro?


3 - Rex tremendae

Rex tremendae majestatis, Ó Rei, de tremenda majestade,

Qui salvandos salvas gratis, Que ao salvar, salva gratuitamente,

Salva me, fons pietatis. Salva a mim, ó fonte de piedade.


4 - Recordare

Recordare, Jesu pie, Lembra-te, ó Jesus piedoso,

Quod sum causa tuae viae, Que fui a causa de tua peregrinação,

Ne me perdas illa die. Não me perca naquele dia.




Quaerens me, sedisti lassus Procurando-me, ficaste exausto

Redemisti Crucem passus Me redimiste morrendo na cruz

Tantus labor non sit cassus. Que tanto trabalho não seja em vão.




Juste judex ultionis, Juiz de justo castigo,

Donum fac remissionis Dai-me o dom da remissão

Ante diem rationis Antes do dia da razão




Ingemisco tamquam reus Choro e gemo como um réu

Culpa rubet vultus meus A culpa enrubesce meu semblante

Supplicanti parce, Deus. A este suplicante poupai, ó Deus.




Qui Mariam absolvisti, Tu, que absolveste a Maria,

Et latronem exaudisti E ao ladrão ouviste,

Mihi quoque spem dedisti. A mim também deste esperança.




Preces meae non sunt dignae Minhas preces não são dignas

Sed tu bonus fac benigne, Sê bondoso e faça misericórdia,

Ne perenni cremer igne. Que eu não queime no fogo eterno.




Inter oves locum praesta Dai-me lugar entre as ovelhas

Et ab haedis me sequestra E afastai-me dos bodes

Statuens in parte dextra. Que eu me assente à Tua direita.


5 - Confutatis

Confutatis maledictis Condenados os malditos

Flammis acribus addictis E lançados às chamas devoradoras

Voca me cum benedictis Chama-me junto aos benditos




Oro supplex et acclinis Oro, suplicante e prostrado

Cor contritum quasi cinis O coração contrito, quase em cinzas

Gere curam mei finis. Tomai conta do meu fim.


6 - Lacrimosa

Lacrimosa dies illa Dia de lágrimas será aquele

Qua resurget ex favilla No qual os ressurgidos das cinzas

Judicandus homo reus. Serão julgados como réus.




Huic ergo parce, Deus A este poupa, ó Deus

Pie Jesu Domine Piedoso Senhor Jesus

Dona eis requiem, Amen. Dá-lhes repouso. Amém.


IV. Offertorium

1 - Domine Jesu Christe

Domine Jesu Christe, Rex gloriae, Senhor Jesus Cristo, Rei da Glória

Libera animas omnium fidelium defunctorum Liberta as almas de todos os que morreram fiéis

de poenis inferni et de profundo lacu: das penas do inferno e do lago profundo:

Libera eas de ore leonis, Libertai-as da boca do leão

Ne absorbeat eas tatarus, ne cadant in obscurum: Que não sejam absorvidas no inferno, nem caiam na escuridão:

Sed signifer sanctus Michael repraesentet eas in lucem sanctam: Mas que o arcanjo santo Miguel as introduza na luz santa:

Quam olim Abrahae promisiti et semini ejus. Conforme prometeste a Abraão e à sua descendência.


2 - Hostias

Hostias et preces tibi, Domine, laudis offerimus: Sacrifícios e preces a Ti, Senhor, oferecemos com louvores:

Tu suscipe pro animabus illis, Recebe-os em favor daquelas almas,

quarum hodie memoriam facimus: Das quais hoje nos lembramos:

Fac eas, Domine, de morte transire ad vitam. Fazei-as, Senhor, da morte passarem para a vida.

Quam olim Abrahae promisisti et semini ejus. Conforme prometeste a Abraão e à sua descendência.


V. Sanctus

Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus, Deus Sabaoth. Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos.

Pleni sunt coeli et terra gloria tua. Cheios estão os céus e a terra da Tua glória

Hosanna in excelsis. Hosana nas alturas.


VI. Benedictus

Benedictus, qui venit in nomine Domini Bendito o que vem em nome do Senhor

Hosanna in excelsis. Hosana nas alturas.


VII. Agnus Dei

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi: donna eis requiem. Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, dai-lhes o repouso.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi: donna eis requiem sempiternam. Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, dai-lhes o repouso eterno.


VIII. Communio

Lux aeterna luceat eis, Domine: Que a luz eterna os ilumine, Senhor:

Cum Sanctis tuis in aeternum: quia pius es. Com os teus santos pela eternidade: pois és piedoso.

Requiem aeternam dona eis, Domine: Repouso eterno dá-lhes, Senhor:

Et lux perpetua luceat eis. E que a luz perpétua os ilumine.

Cum Sanctis tuis in aeternum: quia pius es. Com os teus santos pela eternidade: pois és piedoso.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Gustave Doré

Paul Gustave Doré (Estrasburgo, 6 de janeiro de 1832 — Paris, 23 de janeiro de 1883) foi um pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador

francês de livros de meados do século XIX. Seu estilo se caracteriza pela inclinação para a fantasia, mas também produziu trabalhos mais sóbrios, como os notáveis estudos sobre as áreas pobres de Londres, realizados entre 1869 e 1871.


Vida e obra

Filho de um engenheiro, começou a desenhar já aos treze anos suas primeiras litogravuras e aos catorze publicou seu primeiro álbum, intitulado "Les travaux d'Hercule" (Os Trabalhos de Hércules). Aos quinze anos engajou-se como caricaturista do "Journal pour rire", de Charles Philipon. Neste mesmo ano - 1848 - estreou no Salão com dois desenhos a pena.
Em 1849, com a morte do pai, já reconhecido apesar de contar apenas dezesseis anos. Passa a maior parte do tempo com a mãe. Em 1851 realiza algumas esculturas com temas religiosos e colabora em diversas revistas e com o "Journal pour tous".
Em 1854 o editor Joseph Bry publica uma edição das obras de Rabelais, contendo uma centena de gravuras feitas por Doré. Entre 1861 a 68 realiza a ilustração d’A Divina Comédia, de Dante Alighieri
Após algum tempo desenhando diretamente sobre a madeira e tendo seus trabalhos gravados por amigos, iniciou-se na pintura e na escultura, mas suas obras em tela e esculturas não fizeram tanto sucesso como suas ilustrações em tons acinzentados e altamente detalhadas.
Com aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia.
Sua paixão eram mesmo as obras literárias. Ilustrou mais de cento e vinte obras, como os Contos jocosos, de Honoré de Balzac (1855);Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1863);O Paraíso Perdido, de Milton; Gargântua e Pantagruel, de Rabelais; O Corvo, de Edgar Allan Poe; a Bíblia; A Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge; contos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas. Ilustrou também alguns trabalhos do poeta inglês Lorde Byron, como As Trevas e Manfredo.
Em 1869, Doré foi contratado para ilustrar o livro Londres: Uma Peregrinação, muito criticado por, supostamente, retratar apenas a pobreza da cidade. Mas apesar de todas as críticas, o livro foi um sucesso de vendagem na Inglaterra, valorizando ainda mais o seu trabalho na Europa. Ganhou muito dinheiro ilustrando para diversos livros e obras públicas, mas nunca abriu mão dos trabalho desenvolvidos apenas para seu prazer pessoal.
Gustave Doré morreu aos 51 anos, pobre, pois todo o dinheiro que havia ganho com o seu trabalho foi utilizado para quitar diversas dívidas, deixando incompletas suas ilustrações para uma edição não divulgada de Shakespeare, entre outros trabalhos.


Legado

Gustave Doré foi um marco na arte da ilustração, influenciando os ilustradores que o sucederam.
Na pintura encontram-se suas principais obras: L'Enigme (hoje no Musée d'Orsay) e Le Christ quittant le prétoire (1867-72), um painel medindo 6 metros de altura por 9 de comprimento. Este quadro foi restaurado entre 1998-2003, pelo Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Estrasburgo, num salão dedicado a este fim e que ficou aberto à visitação durante todo o trabalho.
Em 1931 Henri Leblanc publicou um catálogo que procedeu ao inventário completo das obras de Doré, contendo 9.850 ilustrações, 68 libretos musicais, 5 cartazes, 51 litografias originais, 54 sumi-e, 526 desenhos, 283 aquarelas, 133 pinturas e 45 esculturas.

Principais obras ilustradas por Gustave Doré

Gustave Doré ilustrou mais de cem obras-primas da literatura universal. Dentre estas, destacam-se:

François Rabelais : œuvres, éd. J. Bry, 1851, 104 ill.
Condessa de Ségur : Nouveaux contes de fées, Hachette, 1857, 20 vign.
Hippolyte Taine : Voyage aux Pyrénées, 1858
Dante Alighieri : A Divina Comédia, 1861, 136 ill. et L'Enfer.
Gottfried August Bürger : Münchhausen, Frune, 1862, 158 ill.
Miguel de Cervantes : Don Quixote, 1863, 377 ill.
Maxwell : Sindbad, o marinheiro, 1865
Théophile Gautier : Le Capitaine Fracasse, 1866, 60 ill.
Victor Hugo : Les travailleurs de la mer, 1867, 22 ill.
Jean de La Fontaine : Fábulas, 1868, 248 ill.
Bíblia : tradução de Bourassé e Janvier, apelidada de Bible de Tours, 1843
Samuel Coleridge : The rime of the Ancient Mariner, 1876
Lord Byron : l'œuvre, éd. J. Bry.
Charles Perrault : contos (Barba-Azul, Cendrillon, Le Chat botté, Chapeuzinho Vermelho, O Pequeno Polegar, Riquet à la houppe).








segunda-feira, 4 de agosto de 2008

100 Personalidades da História

A idéia desta caricatura é genial, são 100 personagens históricos reunidos numa mesma tela.

O desafio é descobrir quem são.......


domingo, 3 de agosto de 2008

Inicio de Semana....


Inicio

.......não sei exactamente o que escrever aqui mas fica registrado que todo o conteúdo neste local a partir de agora será o que eu bem entender então se alguém se sentir ofendido, sinto muito mas continuarei deste modo mesmo...não é nada pessoal......tudo é intencional sei lá